Senhores passageiros, sejam bem-vindos a Los Angeles! Na edição passada (disponível aqui), passeamos por Londres. Hoje, o nosso tour pela cidade dos anjos inclui um livro que também é série, uma banda e um filme.
Daisy Jones and The Six

“Daisy Jones And The Six” é um livro publicado em 2019 por Taylor Jenkins Reid e conta a história da ascensão e da queda de uma das maiores bandas nos anos 70 por meio de entrevistas realizadas com os membros décadas depois de seu último show. Saindo do óbvio, o livro é escrito no formato de transcrição das entrevistas, trazendo o leitor para dentro dos cômodos nos quais as grandes estrelas do rock revelam os seus segredos: muitos não gostam desse modelo, mas eu particularmente gosto ainda mais do livro por conta dele. Recontando todas as cicatrizes que levaram à ruptura da banda (infelizmente fictícia), “Daisy Jones” é uma história de pessoas e relações em ruína acobertada pelo glamour do rock ’n’ roll nos anos 70 – e quem não ama o glamour do rock ‘n’ roll dos anos 70?
Em 2023, o romance virou uma série de muito sucesso da Amazon Prime que definitivamente vale o seu tempo (só não mais do que o livro), mas o verdadeiro destaque da adaptação é o fato de que os atores realmente aprenderam os instrumentos de seus respectivos personagens para gravar o álbum “Aurora”, e o resultado é excelente. Todas as onze músicas foram lançadas nas plataformas digitais na estreia da série, e até hoje marcam presença nos Spotify Wrappeds aqui de casa – porque ficar viciada sozinha não foi suficiente, então obviamente tive que viciar os meus pais fãs de rock também.
Wallows
Formada em 2017, “Wallows” é uma banda de indie rock composta por Dylan Minnette (vocal, guitarra rítmica), Braeden Lemasters (vocal, guitarra solo) e Cole Preston (bateria) – mas eles frequentemente trocam de instrumentos e trazem teclados, baixos e até gaitas para o palco também. O trio se conheceu em 2011 e, antes de se tornarem Wallows, eram garotos adolescentes com o corte de cabelo dos Beatles que respondiam por “The Feaver” e depois “The Narwhals”. Em 2017, a banda lançou o seu primeiro single, “Pleaser”, que abriu várias portas: eles conquistaram o segundo lugar na parada “50 que viralizaram” do Spotify e começaram a se apresentar em casas como a Troubadour e o Roxy Theatre, que já abrigaram shows de bandas como Guns N’ Roses, Red Hot Chilli Peppers e Radiohead no início de suas carreiras.
Hoje em dia, com três álbuns bem recebidos pela crítica e uma abordagem do rock que se reinventa a cada álbum, a banda é consolidada como uma das maiores e mais animadoras promessas da nova geração do indie rock norte-americano. Minha recomendação de fã para quem quiser conhecer o trio é o EP “Spring”, que, apesar de já ter sete anos, ainda guarda a essência da banda e do que eles trazem para o mundo.
Dois Caras Legais
Estrelada por Ryan Gosling e Russel Crowe, “Dois Caras Legais” é uma comédia norte-americana de 2016 que acompanha Holland March (Ryan Gosling), um detetive particular contratado para investigar o desaparecimento de uma atriz em decadência. A investigação de March o leva até Amelia Kuttner (Margaret Qualley, que, assustada, contrata Jackson Healy (Russell Crowe) para intimidar e afastar o detetive. No entanto, quando Jackson descobre que dois bandidos desconhecidos estão atrás da jovem Amelia, ele se junta a March para encontrar e proteger a garota. E não é à toa que recomendo esse filme em uma newsletter voltada para o lugar onde ele se passa. A cidade de Los Angeles dos anos 70 é o cenário do filme, mas também é quase uma personagem: a história jamais poderia ser contada em qualquer outro lugar que não representasse o melhor e o pior da cena hollywoodiana.
Disponível na Amazon Prime, “Dois Caras Legais” é um clássico humor pastelão, repleto de humor físico e deliciosamente hilário: se você acha que “Barbie” contém a melhor performance cômica de Ryan Gosling, espere até ver esse filme.
Espero que tenham gostado, e nos vemos daqui a duas semanas! ✈️